quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Trajes e Vestimentos
Os indígenas estavam espalhados no Rio Grande do Sul, dividindo-se em grupos. Os Guaranis se localizavam a noroeste da cidade de Porto Alegre. Eles eram agricultores, usavam o porongo por cuia, o fogo de chão e as redes para dormir. O agrupamento de várias tribos Guaranis, tornou difícil para os jesuítas integrar a moral aos seus hábitos. A nudez era contestada pela moralidade e a promiscuidade entre as mulheres indígenas e os homens brancos, favorecia a prostituição, por isto, os jesuítas se preocuparam em vesti-los. Supõe-se que o chiripá tenha sido a primeira peça usada. Outra peça foi o Tipoy que é uma camisa formada de dois panos costurados nos lados e com aberturas para os braços e cabeça, às vezes, tinham um cordão na cintura. O frio do pampa Rio-grandense obrigou os índios a se vestirem melhor. Usavam mantas chamadas de Caipi. Esta manta era geralmente de pele de animais. Em 1816 os índios usavam bicuis (peitoral indígena), junto com a tanga. Nesta mesma data apareceu o ponche bichará. Mais tarde os índios, vivendo com os ibéricos, começaram a se vestir de uma maneira Européia. A nova cultura ensinou o índio a tecer os fios e confeccionar camisas e calçados. Com a chegada dos tropeiros, que vestiam roupas desconhecidas, aos poucos eles foram imitando. Usavam roupas adequadas à lida campeira. Os peões usavam colete e uma ceroula larga e longa até debaixo dos joelhos, de algodão. As mulheres indígenas usavam os seios nus e cobriam suas cinturas com um chiripá. Andavam geralmente de pés descalços. Mais tarde começaram a usar uma camisa de algodão com um xale nas costas, que elas próprias teciam e tingiam com raízes de plantas. Por volta de 1730 iniciou-se no RS a distribuição de sesmarias, de gado e de terras, chamadas de estância. Os peões gaúchos tornavam-se agressivos e ai apareciam os escravos negros.Em 1752 sua indumentária era muito simples. Os açorianos trouxeram o chapéu de abas largas, os chinelos, as bragas, os tamancos e as botas. As mulheres se vestiam com mantilhas, véus, fichus, mantas, espartilhos, cintos, meias, sapatos e um jaleco. Estas vestimentas eram elegantes e a vida simples do RS e as lidas campeiras, não pertenciam usar este tipo de roupa para o trabalho. A roupa, portanto, tornou-se simples, os pés foram calçados com tamancos e na cabeça, chapéus de palha. Em 1807, o Rio Grande do Sul foi promovido à Capitania Geral e os pecuaristas foram enriquecendo. O gado foi introduzido no estado e o gaúcho começou a lidar com ele. Para isto, começou a usar um avental de couro cru (tirador), pois fazia muita força nas lidas com o gado. Usava uma camisa, uma jaqueta sem mangas, um par de ceroulas com franjas compridas e às vezes um par de calças por cima. Na cabeça um lenço amarrado, um chapéu e quando frio um ponche. Nos pés botas de garrão de potro que podiam ser abertas com os dedos de fora e esporas de ferro, amarradas com cintos de couro cru. No chapéu ou na cintura traziam uma bolsa de couro, onde colocavam fumo. Usavam botas também presas aos joelhos e outros usavam meias com os pés descalços, com espora amarrada direto nos calcanhares.Todos usavam chapéu alto, de forma cônica, de feltro e uma faca afiada na cinta. Os estancieiros usavam roupas de origem Européia : botas de garrão, esporas com rosetas pontiagudas (nazarenas), ceroulas longas com crivos nas extremidades e sobre estas, calças de veludo justas nas coxas indo até logo abaixo dos joelhos. Usavam uma faixa na cintura que podia ser vermelha, preta ou azul. A camisa de linho, seda ou algodão, com rendas e um colete ou jaqueta tipo um casaco reto que termina na cintura. Em 1810 o ponche de algodão passou a ter cores vivas e franjas multicores. As damas usavam uma mantilha,(um quadrado de seda, enfeitada com rendas), que era presa na cabeça caindo sobre os ombros. Usavam meias e sapatos de cores vistosas. As mulheres mais pobres usavam um casaco comprido, feito de casimira e as escravas, uma bata simples e sempre descalças. No início do século XIX os Rio-grandenses começaram a misturar o chiripá (origem missioneira), com as ceroulas de algodão e botas (origem européia). Usava as ceroulas por dentro das botas de garrão e também o chiripá. As boleadeiras eram feitas de pedra (origem indígena), agora eram forradas com couro. O chapéu se tornou mais presente entre os gaudérios que agora podiam comprá-lo. A faca, a guaiaca, o lenço, o pala, o chimarrão, o laço e o cavalo sempre foram fundamentais para o gaúcho.A mulher campeira vestia-se com simplicidade. Usava uma saia comprida e rodada com uma blusa.
A VESTIMENTA GAÚCHA DE 1730 ATÉ 1820
ESTANCIEIRO
- Meias e ceroulas de crivos ou de rendas
- Botas de garrão
- Esporas de prata
- Gibão de veludo
- Colete de seda ou algodão
- Camisa de linho
- Na cintura, um cinturão sobre a faixa, com uma pistola
- Na mão o chicote
- Na cabeça o lenço e o chapéu de feltro com barbicacho de seda
- No ombro o pala de seda ou lã de vicunha
PEÃO
- Pés descalços ou botas de garrão abertas na frente amarradas nos joelhos
- Esporas
- Ceroulas por dentro das botas
- Chiripá
- Cinturão de couro sobre a faixa de tecido
- Boleadeiras e pistola presa na cintura
- Faca nas costas
- Camisa branca de algodão
- Colete e ponche bichará
- Chapéu de palha ou de feltro
ESTANCIEIRA
- Sapatos e meias de seda
- Anágua e corpete
- Vestido de seda ou algodão
- Leque e lenço na mão
- Jóias
- Xale
- Na cabeça
- fita e flores
MULHER CAMPEIRA
- Saia rodada
- Camisa longa até os joelhos de algodão
- Pés descalços
A VESTIMENTA GAÚCHA DE 1820 ATÉ 1865
ESTANCIEIRO
- Botas russilhonas
- Esporas de prata
- Calças por dentro das botas
- Faixa na cintura com enfeites de moedas
- Camisa de algodão ou seda branca com rendas
- Gravata de seda - Colete de seda ou algodão
- Gibão de veludo ou lã com botões de prata
- Chapéu de copa alta
- Nas costas - faca
- Na mão - chicote PEÃO
- Botas fortes ou de garrão
- Esporas de ferro ou prata
- Ceroulas de franja
- Chiripá tipo fralda
- Faixa na cintura
- Camisa branca
- Colete de algodão ou seda
- Gibão e lenço no pescoço
- Ponche
- Chapéu, tirador e laço
ESTANCIEIRA
- Vestido longo de seda ou veludo
- Broche e brincos
- Cabelos presos com travessa ou flores
- Leque na mão
- Mantilha sob os ombros
MULHER CAMPEIRA
- Blusa de manga em rendas
- Saia longa e rodada com babados ou pregas
- Casaquinho cortado na cintura
- Travessa ou flores no cabelo
- Meia e botinas curtas nos pés
VESTIMENTA DO GAÚCHO DE 1865 ATÉ 1950
O GAÚCHO DA CIDADE
- Camisa branca
- Terno completo: calça, colete e paletó
- Gravata de nó ou borboleta
- Chapéu de feltro
- Sapatos
- Relógio no bolso do colete
O GAÚCHO FAZENDEIRO
- Bombachas
- Botas fortes
- Esporas de prata
- Colete
- Camisa e lenço
- Na cintura - uma faixa e a guaiaca
- Chapéu
- Pala
A GAÚCHA DA CIDADE
- Vestido de seda
- Fichu de rendas
- Leque
- Sombrinha
- Broche e brincos
- Nos pés
- botinas ou sapatos fechados
A GAÚCHA FAZENDEIRA
- Saia e blusa ou vestido PEÃO
- Bombachas com favos de abelha
- Alpargatas ou botas fortes
- Esporas de ferro
- Chapéu ou boina
- Camisa branca, listrada ou xadrez
- Guaiaca, faixa e ponche
- Lenço no pescoço
VESTIMENTA DO GAÚCHO DE 1950 ATÉ OS NOSSOS DIAS
PEÃO
- Bombacha
- Alpargatas ou botas fortes
- Esporas de ferro
- Chapéu
- Camisa
- Guaica e ponche
- Lenço no pescoço
PRENDA
- Vestido com saia rodada e babados
- Fichu em rendas ou crochê preso pelo broche
- Meias brancas
- Bombachinhas
- Sapatos pretos
- Xale de lã, renda ou crochê A Lei nº 8.813 de 10 de janeiro de 1989 oficializou o uso da pilcha gaúcha como traje oficial do gaúcho, representando a imagem que exalta o Homem que usa a bombacha e a Mulher que usa o vestido de Prenda. O gaúcho de hoje e sempre é um homem simples e hospitaleiro. É o brasileiro Rio-grandense do sul que conhece o seu Estado e honra a sua tradição. Respeita os símbolos de sua terra, a pilcha, o churrasco e o chimarrão. Representa muito bem o Rio Grande do Sul e sabe o que é ser GAÚCHO TCHÊ!
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adorei aqui tem tudo o que eu presizava.
ResponderExcluirContinuem envoluindo.
espero q vocês fação sobre as roupas de gauchos pobres...